Subclinical mesial relationships. Their diagnosis.
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Resumo
Chama-se a atenção para situações onde a patologia real, neste caso a mesiorrelação, aparece clinicamente compensada e, portanto, encoberta. O diagnóstico é feito através da cefalometria. Analisa-se a etiopatogenia e os possíveis caminhos terapêuticos.
As mesiorrelações não são uma patologia que se apresenta com muita frequência; quando ocorrem, nos obrigam a apelar a toda a nossa atenção, capacitação e entendimento para abordá-las e resolvê-las com sucesso.
Acreditamos que um ponto de partida auspicioso é contar com uma classificação clara, que nos oriente dentro da etiologia e da etiopatogenia, como a publicada na revista da
A.A.O.F.M. sob o título “Uma abordagem etiológica das mesiorrelações” (Vol. 29, N˚ 77/78, Pág. 44 e seguintes).
- Essa classificação alude às mesiorrelações, localizando-as como:
- Dentárias.
- Funcionais ou prodeslizamentos. Esqueletais. Estas se dividem, por sua vez, em três, de acordo com: uma diminuição do tamanho do maxilar superior, uma posição atrasada do mesmo ou um aumento de tamanho do maxilar inferior.
É conhecido por todos que este síndrome se apresenta, habitualmente, acompanhado de atitude postural baixa da língua, que em uma relação dialética forma função ou é causal da discrepância anteroposterior, ou bem, é secundária a esta.
Nos casos em que a disfunção precede a dismorfia, transita-se por períodos durante os quais o organismo tenta (e às vezes consegue) ir compensando, principalmente, a falta de desenvolvimento anteroposterior do maxilar superior; e à visão clínica, a relação interincisiva é normal. Agora bem, para que uma patologia instalada no sentido sagital seja considerada uma mesiorrelação, é condição sine qua non que apresente seu signo patognomônico, ou seja: que haja mordida cruzada anterior. Nos casos cujas características são similares às mencionadas no parágrafo precedente, ocorrem algumas das particularidades faciais e/ou bucais de uma mesiorrelação, mas não precisamente, a mordida invertida anterior. Estes são os casos que temos dado em chamar: Mesiorrelações Subclínicas.
A suspeita inicial só é corroborada com o estudo cefalométrico. Este nos mostrará: em que área as estruturas estão afastadas da normalidade; e de que maneira o organismo conseguiu compensar as alterações.
Definiremos então as Mesiorrelações Subclínicas como as discrepâncias sagitais, a déficit superior, sem mordida invertida anterior. Seu diagnóstico é cefalométrico.
Vejamos agora o caso de E.C., que se apresenta à consulta com oito anos de idade e sem antecedentes (Fotos 1 e 2).

O perfil é convexo; os lábios, grossos e evertidos, indicam que estamos diante de um incompetente oral anterior. A papada denuncia a posição baixa da língua. Ambos os sinais, a incompetência oral anterior e a atitude postural baixa da língua, são sinais inconfundíveis em um respirador bucal.
(Fotos 3, 4, 5 e 6). A boca, vista de frente, nos mostra uma língua baixa, incisivos diastemados, e uma leve discrepância transversal entre as bases ósseas. Nas vistas laterais, vemos uma quebra do plano pós-lacteo em sentido mesial e uma relação interincisiva normal, embora se possa apontar que os incisivos superiores aparecem na inspeção clínica como protrudidos. Um olhar atento às fotos dos modelos de perfil já alerta sobre a posição pouco feliz do ponto “A”.



(Foto 7: telerradiografia I). A observação da telerradiografia, a olho nu, mostra um certo grau de obstrução do rinofaringe, e chama também a atenção pelo aumento da neumatização sinusal (maxilares, frontais, esfenoide). Pode-se corroborar a posição lingual baixa, e torna-se evidente a precariedade da relação interincisiva.

(Foto 8: calco cefalométrico I). O que nos possibilita um diagnóstico é o estudo cefalométrico. Este nos indica a existência de uma diminuição de tamanho do maxilar superior (-3 mm), compensada por uma diminuição do ângulo dos incisivos superiores (-7˚ de protrusão), e uma verticalização dos inferiores (+6˚ de retrusão). A relação sagital entre o maxilar superior e o inferior, medida pelo ângulo maxilomandibular, dá um valor de -13˚, indicando a relação mesial da mandíbula em relação ao maxilar superior. Estamos diante de uma Mesiorrelação Subclínica. (Foto 9). Na medida do possível, nossos objetivos terapêuticos visam desativar os mecanismos etiopatogênicos. Portanto, é aqui necessário: restabelecer a respiração nasal, promover um reposicionamento lingual e os demais estímulos pertinentes para o crescimento anteroposterior do maxilar superior. Considerou-se, então, que com a instalação de um Bionator III com escudos retrolabiais superiores, criavam-se as condições para promover essas mudanças.


(Foto 10: telerradiografia II, foto 11: calco cefalométrico II). Poucos meses depois, é feito um segundo estudo cefalométrico, e este nos indica que o organismo responde bem ao tratamento: o tamanho do maxilar superior está aumentando (recuperamos 1mm), os incisivos superiores se verticalizaram 3˚, e os inferiores se aproximaram 2˚ da norma.
Podemos analisar agora o caso de E.P. (Fotos 12 e 13), que se apresenta à consulta com nove anos e meio de idade; e, embora novamente a clínica mostre uma relação interincisiva dentro dos cânones de normalidade, sem mordida cruzada anterior, o observador atento pode encontrar, no perfil, a delação da verdadeira anomalia que o paciente porta. De fato, há um achatamento do terço médio da face, retroquelia superior e proquelia inferior. Assim, o esforço que o paciente realiza para conseguir o selamento oral anterior, evidenciado pelo achatamento da curva do queixo em detrimento da contração dos vicariantes, nos fala de sua incompetência oral anterior, respiração bucal e atitude postural baixa da língua.



(Fotos 14, 15 e 16). A observação dos arcos revela um plano pós-lactente com degrau mesial, assim como a relação canina um pouco mesial (por se tratar de uma dentição mista precoce). A nível dos incisivos, a relação anteroposterior é muito exigida, observando-se que os incisivos superiores mal contêm um arco anteroinferior achatado.



(Foto 17: telerradiografia I, Foto 18: calco cefalométrico I). O estudo cefalométrico confirma nossas suspeitas: estamos diante de uma diminuição do comprimento do maxilar superior de 6,4 mm, refletida, de maneira indubitável, no ângulo F, diminuído em 6,8˚. Felizmente, a mandíbula não atinge o comprimento esperado, estando diminuído seu tamanho em 2 mm, e a alteração nos eixos incisivos faz o resto, apresentando-nos uma relação entre os arcos relativamente normal.


Estamos pois, novamente, diante de uma Mesiorrelação Subclínica. É outro caso em que a atitude postural baixa da língua privou o maxilar superior do estímulo necessário para seu crescimento anteroposterior, e obrigou a mandíbula a uma posição para baixo e para frente, refletida em uma diminuição de 5˚ do ângulo maxilomandibular.
(Foto 19: telerradiografia II, Foto 20: calco cefalométrico II). Dez meses após o início do tratamento, é feito um controle radiológico de evolução. Os resultados são encorajadores, pois normalizamos em 3˚ a posição do maxilar superior em relação à base do crânio, aumentou o tamanho do maxilar superior, e a mandíbula está ocupando um lugar mais distal (recuperou 2˚).
Que estes dois casos de Mesiorrelações Subclínicas sirvam para ilustrar a necessidade de realizar uma análise exaustiva de nossos pacientes e a utilidade de compreender, em cada caso, a etiologia e a etiopatogenia. Digamos, então, que uma vez realizado um diagnóstico etiológico, e tendo uma percepção clara da etiopatogenia, estamos em condições de desandar o caminho que percorreu a disgnacia e desativar os mecanismos patogenéticos, caminhando em direção a uma situação de homeostase na área maxilofacial.


Dra. Graciela I. Lorenz, Dr. Americo A. Ceccarelli e Prof. Dra. Norma H. Rivas
Bibliografia:
- Ac. Dr. Ramón Torres. Biologia da boca. Bs. As., Argentina. Editorial Médica Panamericana.
- Elías Beszkin, Marcos Lipszyc, Leonardo Voronovitsky, Luis Zielkinsky. Cefalometria clínica. Primeira Edição. Bs. As., Argentina. Editorial Mundi S.A.
- Donald H. Enlow. 1982. Manual sobre crescimento facial. Bs. As., Argentina. Editorial Inter-médica.
- Thomas Rakosi, Irmtrud Jonas. 1992. Atlas de Ortopedia Maxilar: Diagnóstico. Edições Masson-Salvat Odontologia.
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