Elaboração de Dentes Cerâmicos Naturais

Resumo

Devemos ser críticos em relação a todas as novidades que entram no mercado dental. Afinal, nosso trabalho deve ser feito para os pacientes e não apenas para as redes sociais. Vamos manter o conhecimento e transferi-lo para a próxima geração. A odontologia digital é uma ferramenta auxiliar e tão boa quanto a pessoa por trás do computador. O futuro da odontologia é o fluxo de trabalho digital, mas há elementos de paixão, intuição e criatividade, que fazem a grande diferença entre uma coroa e um dente. Deve ser nosso objetivo criar um dente, não uma coroa.

Unir esses dois mundos mantém nossa posição e faz os pacientes sorrirem.

Sentido e nonsense - maldição e bênção

Trabalho com materiais cerâmicos há mais de 35 anos.

Muitos grandes nomes nos inspiraram, ensinaram e motivaram a todos nós. Gostaria de agradecer a todos os meus companheiros por isso. O que não aprendemos sobre cor, forma e métodos de trabalho!

Nosso objetivo diário e a motivação diária para criar um dente natural é e continua sendo uma ilusão. Isso é uma maldição e uma bênção ao mesmo tempo e, pelo menos, não me deixa em paz – essa é minha paixão pessoal. Infelizmente, esse “legado” de conhecimento e experiência está sendo pisoteado atualmente, pelo menos do meu ponto de vista. É uma ilusão acreditar que somos capazes de criar essa complexidade tridimensional com materiais monolíticos e "pastes". Vamos refletir sobre o que aprendemos ao longo de tantas décadas, vamos combinar tradição com inovação.

No final do dia, nosso trabalho deve parecer harmonioso e natural na boca do paciente. Não devemos nos contentar com um "curtir" nas redes sociais, porque aqui é apenas uma foto. Uma imagem tirada com flash artificial não reflete a realidade, as aparências são enganosas. Deve ser nosso dever transmitir esse conhecimento adquirido.

Inovação encontra tradição

Antes de me aprofundar na ideia de como combinar a maneira tradicional de criar dentes de cerâmica com aparência natural, quero lembrar como e por que um dente brilha. Não é suficiente ter uma visão apenas do exterior; para entender, devemos saber como diferentes camadas, diferentes materiais afetam a cor e o resultado de um dente.

Primeiro de tudo, devemos entender que a cor de um dente vem de dentro!

A dentina é o principal fator da cor. A luz visível que podemos ver é uma faixa de 400nm a 750nm. Ao observar a cor, não podemos separar a frequência, ela está lá e a consideramos normal e natural. Nosso objetivo deve ser criar nosso trabalho nesta faixa de cor.

Um grande impacto de um dente com aparência natural é a superfície e a textura. A reflexão da luz, dependendo da idade do paciente e da arquitetura do dente, proporciona um design único, assim como os humanos - cada um é diferente!

Esse é o desafio diário!

Se sabemos disso, se entendemos como esses efeitos influenciam nossas estruturas cerâmicas, não podemos colocar um líquido sobre uma coroa monolítica.

Elas podem parecer bonitas em fotos nas redes sociais, mas essa não é a realidade. Existem até diferenças em todas essas pastas sem as quais podemos perceber imediatamente.

A combinação das novas ideias com o conhecimento dos últimos 50 anos é uma solução para tornar nossa rotina diária mais fácil, rápida e segura.

Portanto, faz sentido usar zircônia em múltiplas camadas como base para uma forma racional de construção.

Antes de tudo, precisamos criar um design com uma redução labial de 0,3-0,4mm no software de design, para que possamos obter espaço para uma camada cerâmica tradicional com um pó misto especial em opalescência e translucidez. Mantemos os contatos aproximados em zircônia. Após a sinterização, aplicamos as cores de croma na tonalidade que desejamos alcançar. Quatro tonalidades de base pré-misturadas nas tonalidades A, B, C e D serão adicionadas após o processo de sinterização e serão queimadas a 900°C. Agora o croma virá de dentro, como acontece com um dente natural, e estará fixo de forma estável para a próxima etapa de coloração nas tonalidades A, B, C ou D.

Para ser honesto, não consigo criar a superfície e a textura com uma pasta.

Portanto, eu prefiro um pó clássico, adicionado como temos conseguido usá-lo por tantos anos. Uma grande influência nos foi dada pela escola japonesa do Centro de Treinamento de Osaka todos esses anos. Eles nos ensinam como criar uma superfície e textura perfeitas de uma maneira didática brilhante. Para mim, isso foi um divisor de águas aprender com eles.

Assim, eu combino as inovações da moderna zircônia multicamada com cores de croma fluorescente e um pó tradicional misto especial. Análogo aos sistemas cerâmicos, os nomes dos apenas 4 pós são E1, E2, E3 e E4.

Se quisermos, podemos adicionar todos os outros pós do sistema cerâmico, um benefício que me dá a opção de uma criatividade muito individual.

Esse tipo de estratégia pode ser usado na área posterior também. Sabemos que é um ponto crítico em relação às coroas de zircônia monolíticas, mesmo que não estejam 100% em oclusão e não estejam perfeitamente polidas. Portanto, faz sentido usar a mesma técnica para adicionar o campo de contato em uma cerâmica clássica de forma rápida e fácil.

Para construir pequenas porções, eu uso a pasta líquida NOVACer®MOVE. Agora tenho uma pasta utilizável a longo prazo para mover a cerâmica de forma semelhante à cera. Após a queima, teremos um resultado muito homogêneo e compacto.

Educação

1. 1979 –1983 formação como técnico em dentística em Hamburgo
2. 22 de abril de 1992 exame para o grau de mestre em Münster, Renânia do Norte-Vestfália

Atividades

1. Engenheiro prático em Hamburgo
2. 1985 – 1988 trabalho em laboratórios comerciais em Bielefeld
3. Desde 1989, atuando de forma independente em Bielefeld
4. Editor da “QZ - Quintessência da Tecnologia Dental”